Quando eu era menino, beijava -me nos
espelhos: era o signal anticipado de
que nunca haveria de amar. Tinha por
mim, em adivinha da negação, a ternura
que me nunca haveria de ser dada.
E as figuras do xadrez, e as das cartas de
jogar ou adivinhar — seremos nós
mais que ellas onde a vida é vida?
Mas cada um de nós ama e chora elle,
que não outro: ha um adjectivo
de dentro que o dessubstantive.
F. Pessoa
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