lunes, junio 21, 2010

quién va con pirañas?

cuando, veinticuatro

sentí que me nacía la ______. me convertía en cuerpo extendido en el espacio, sangre, piel y músculos

finitos.

claro

era de noche, estaba lejos . y amaba.

hasta entonces me consideraba aire

viernes, junio 11, 2010

martina protectora


tenho agora vontade - tanta - de me encontrar com a linguagem animal. quando a Maria Gabriela fala do sentido que há nos discursos animais, no sentido, no discurso, no texto das árvores, eu ponho a minha orelha na folha do seu livro e peço para me sussurrar o que ela lhes escutou dizer.
na casa da torre, que já não é mais a minha casa, moram cinco gatos. dois deles estão domesticados, e esperam a J como o raposo do Principezinho.
J, desconhecida, ainda sem rosto (apenas mulher vestida com toalha, na janela, a chorar) dentro do seu quarto, ignorava a aproximação do seu gato-grande quando entrei a casa. sentei-me com eles - a gata cinzenta de manchas rosa aproximou-se também - e entregaram-me seu pelo e nariz sem pudor. eu tentava ler nos seus movimentos o seu discurso, não como palavras humanas mas como movimentos de gato. no entanto, quantas delas não foram ensinadas, em sueco, pela dona na janela? (eu ouvia as suas lágrimas e a sua história de abandono e dor)
os três pequeninos, saltavam longe de mim, aproximando-se apenas para me conhecer, e continuar saltando trás os bichos de tecido.
que narrativa nos integra? porque sei que há, mas, desta vez, não quero sobrescrevê-la. sei que me antecede, e que conjuga, teje, borda, minhas palavras e as suas.

imagem de Sandra Dieckmann

y mi cuerpo desabrochándose, me sosiega

hay voces fuertes y textos (tejidos, continuidades de palabras y sentidos) que me anonadan: frente al lenguaje soy una hoja que tiembla, entregada. Las palabras me atingen por mi inclinación natural a su verdad. En cierto espacio de mi cuerpo - para qué decir superfluo, si no sé donde se esconden -
impactan y doblan mi discurso, que es lo mismo que decir mi piel. Por eso, quizá, me cuesta tanto afirmar. Lo que sí sé es que que debajo de todas esas palabras, adentro del mundanal ruido, que es mucho más que eso, está el discurso verdadero, lenguaje volteado hacia afuera, entrañas silenciosas que son El Sentido y permiten que el mundo, con todo su peso, continue girando en el vacio.

para leer esas palabras, vivo. para escribir una de ellas, entrego mis ojos, mis oidos y mi voz.